domingo, 17 de maio de 2009

Afectos Nomadas




Ousamos ser fazedores de Arte. Dir-se-ia que essa condição de transformar a percepção em algo denso para os sentidos é uma fatal necessidade interior que gradualmente se torna numa missão imperiosa do nosso quotidiano, tão natural e necessário quanto o respirar.Ousar criar momentos de Arte não se reduz a um mero risco que ocorre sem equacionar impactos. É antes de mais uma atitude que, num impulso criativo, consegue o "milagre da concepção" e a responsabilidade instala-se. A capacidade que encontramos em recolher matéria multifacetada e de transformá-la de acordo com nosso imaginário inesgotável. Acreditar que vemos aquilo que ainda ninguém viu, oferecer ao nosso olhar a nossa afectividade, tudo aquilo que julgamos ser verdadeiramente único e eternizar num momento de criação tão especial, faz de nós seres únicos na criação. O acto da metamorfose, espectáculo grandioso, tecido feito pela nossa intimidade através do ritmo das nossas emoções, leva-nos a momentos verdadeiramente apoteóticos. A magia com que fazemos as coisas, leva-nos a redescobrir e valorizar alguns porquês que anteriormente permaneciam enigmas. Desvenda-se o mistério que encerra em nós próprios quando conseguimos libertar a arte outrora aprisionada e que neste espaço e momento tem o condão de nos emocionar. A arte não se sedentariza, é a mais perfeita forma de comunicação dos afectos nómadas.


Dedicado a todos os nomadas.
Foto e texto by: HorrorisCausa

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