sábado, 27 de junho de 2009

Amplexo


Amplexas recordações chegam
quando escondo por trás do húmido travesseiro
o rosto ausente e já confusa fico
na memórias dos momentos
que calmamente nos contemplamos.
Surgem lentas como o fumo do meu cigarro
num frágil passar de imagens
o tumulto do passado
sem que uma só esperança rubra nos salve.
Apagadas as fronteiras hostis do presente
uma tibieza convida a penetrar
as horas tórridas passadas,tomadas
na profunda consciência do teu rosto acostumado
pelo hábito da tradução desnuda.
Como se estivesses a esculpir as formas do meu corpo
e, posto o sangue a correr na inteireza do impossível.
Foto & Texto by: HC

3 comentários:

  1. Será permitido a alguem sentir a falta de um corpo que contem uma alma que não existe?

    Esperamos sempre por figuras do mito que criamos para a nossa vida.

    A realidade é seriamente... estupida...

    Mas não estás só...

    Beijo...

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  2. Viva!

    Sempre em belos ditirambos sombrios.

    Beijo.

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  3. Temos sempre de lutar contra as barreiras do presente! É esse o teste que aqui vimos efectuar...O segredo é nunca desistir...simplesmente aceitar e prosseguir.

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