Sempre desaparecido, sempre incógnito, sempre ausente... ...mas, mesmo assim, sempre indelevemente tatuado em mim. De onde nunca sairás, por mais que eu queira.
Não te prendo, não te agarro com os dedos... não te pergunto de onde vens nem sequer para onde vais...apenas reclamo um pedacinho de ti, aquele pedacinho que me deste, que é meu, que é nosso...que é eterno.
Não me o negues para sempre! Deixa que eu viva um bocadinho em ti, deixa respirar-te...deixa olhar-te... ...e num último assomo, dar-te um beijo. ...um beijo de despedida, um adeus vago, um “olá” presente, um até amanhã.
Porque estás em mim. E eu, como te prometi na canção, lamberei as nossas feridas... ...lamberei as tuas pugentes cicatrizes...a minha alma obscura ...a minha confissão negra até à limpidez.
A nossa luz de escuridão, só nossa, de mais ninguém. E nela vivemos, nela nos unimos unicamente, nela nos damos à volúpia das emoções, nela somos um, nela somos e existimos.Mesmo que seja apenas num sonho imaterial. Mesmo que seja numa só palavra calada.
Ou num efémero poema por escrever.Digo-o aqui, longe dos teus olhos e do teu fôlego: Existes em mim! ÉS em mim!
Pudesse eu, por uns momentos, nem que por míseros e insignificantes instantes ser em ti. Ser-te, Ter-te, Dar-me. Dar-te o instante que pertencemos.
A ausência, o silêncio...são os nossos livros de ponto e pedidos de ajuda.
A claustrofobia que toma conta do palco dos nossos sentires.E nós deixamo-nos movimentar tais bonecos articulados...deixamo-nos manipular numa maré sem rumo... cujo único fim...é sempre o mesmo começo: Uma nova aurora. Uma luz que trespassa. Um medo assombroso de voltar a renascer em ti,em mim, em nós.
Mas a coragem resulta em dizer-te: fazes-me falta. Como um abrigo seguro. Como um negro anjo redentor. Como um deus de odores. Como uma flor hedonista. Como um desejo pintado a cores.E um relógio que corre...
Amanhã será nosso. Basta vermos por cima dos ombros de hoje.Levar-te pela mão? deixar pousar o teu sonho em meu regaço?Afinal... ...só quero-te aqui, presente, tangível, vivo, real.
A utopia... já a apaguei. Mas a certeza da tua presença, o mérito do teu espírito....guardo-os eternamente. Até ao dia em que os abutres das incertezas se vão com embora. E sinta, atrás de um sorriso, que vale a pena fechar os olhos e sentir.E esse segundo é um beijo partilhado.
Foto e Texto by HorrorisCausa
quarta-feira, 20 de maio de 2009
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